segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Parceria AEILIJ + Rede Globo Nordeste + Fliporto


A segunda edição do projeto "Brincar de escrever", iniciativa da Rede Globo Nordeste, contará com a parceria da AEILIJ e da Fliporto. As 20 melhores histórias serão publicadas na forma de livro impresso e os seus autores participarão de uma sessão na Fliporto Criança (dia 16/11, 6a feira, às 15h). Todas as histórias concorrentes tomarão parte em um lindo livro baseado na internet.


Assim como no ano passado, no período de 02 a 15 deste mês, haverá uma arena do projeto no Shopping Center Recife, que estará aberta para as inscrições e para a votação do público. As inscrições e a votação popular para as melhores histórias, assim como as demais informações da promoção, dentre estes o regulamento do concurso e a programação das atividades da arena (mediação de leitura, sessões de ilustração ao vivo e muito mais), estão disponíveis em www.brincardeescrever.com.br.

A primeira etapa técnica do processo seletivo estará a cargo de associados da AEILIJ, com a participação de autores de todo o país. A avaliação final dos trabalhos, bem como o júri especializado, será realizado com a participação de associados da regional Pernambuco, sob a condução do escritor Antonio Nunes (Tonton), coordenador de literatura infantil e juvenil da Fliporto e da AEILIJ/PE.

Vale a pena conferir, divulgar e participar!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Oficina do Livro Acessível - Coleção Diferenças


Como parte das atividades de lançamento da Coleção Diferenças, nesta 6ª feira e sábado, a Fundação Dorina Nowill promoverá, no Recife, uma oficina de capacitação de professores e bibliotecários, além da contação de histórias em locais públicos. O livro acessível se torna cada vez mais disponível. Compareçam!


1. Oficina de Capacitação para Profissionais

Participantes: Professores, bibliotecários e profissionais da área
Data: 28 de setembro de 2012
Horário: 15h às 18h


2. Contação de Histórias para Crianças com e sem Deficiência Visual

Data: 29 de setembro de 2012
Participantes: Crianças com ou sem deficiência visual

1ª Sessão: 9h30 às 11h30
2ª Sessão: 11h30 às 13h30


Local das atividades: Oficina de Capacitação e da Contação de Histórias:

Oi Kabum! / Auçuba Comunicação e Educação
Rua do Bom Jesus, 147 – Bairro: Recife Antigo – Recife/PE
Contatos para inscrições: (81) 9211-6194 ou colecaodiferencaspernambuco@gmail.com








sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Livros em braile fazem sucesso entre crianças cegas na Bienal do Livro de São Paulo


(Acervo Fundação Dorina Nowill para Cegos)


Na fotografia acima, uma criança com deficiência visual lê "Voltas às aulas", texto meu e ilustrações do colega paulista Danilo Marques. Em todos os recantos do mundo, crianças são ávidas por descobertas. Assim, é mais que necessário produzir e disponibilizar livros acessíveis, como faz, com muita propriedade, a Fundação Dorina Nowill.

A este respeito, assistam ao excelente vídeo do SP/TV, acessando aqui.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Coleção Diferenças - AEILIJ Solidária


Neste próximo dia 10 de agosto, a partir das 14 horas, serão lançados na Bienal do Livro de São Paulo os novos títulos da Coleção Diferenças, com textos e ilustrações de associados da AEILIJ. Este projeto é resultado da parceria da entidade de criadores (e leva o Selo AEILIJ Solidária) com a Fundação Dorina Nowill para Cegos. Dentre os livros a serem lançados está o "Volta às aulas", com texto de Tonton e ilustrações de Danilo Marques, que narra situações do cotidiano de uma criança com deficiências múltiplas. A série faz parte do conjunto de obras acessíveis produzida pela Fundação para leitores com ou sem dificiência visual. Vale a pena conferir!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Valorização do livro e da leitura - Novas campanhas!

MinC e FBN lançam nova campanha de leitura em rádio e TVs


Com o objetivo de fomentar e valorizar os hábitos de leitura e incentivar o uso das bibliotecas públicas, a Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e o presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Galeno Amorim, lançam nesta quinta-feira, 2/8, às 11h, na Biblioteca Nacional, no Rio, a segunda etapa da campanha Leia Mais, Seja Mais. O objetivo é chamar a atenção para a leitura como uma atividade prazerosa e um caminho para o crescimento pessoal dos leitores. Vários artistas da Rede Globo estarão no filme que ficará durante todo o mês de agosto na TV, rádio e internet.


Leia Mais, Seja Mais também nas redes sociais

Além dos filmes de TV, spots de rádio e banners de internet, a segunda etapa da campanha Leia Mais, Seja Mais (que há sete meses esteve em jornais e revistas) terá uma série ações nas redes sociais. As páginas do Ministério da Cultura e da Fundação Biblioteca Nacional no Facebook, por exemplo, trarão, já a partir de quinta-feira, um convite para que os internautas substituam, por algum tempo, suas imagens de perfil por capas dos livros que mais gostam, tornando assim suas páginas, literalmente, um FACEBOOK (ou, em português, uma CARA DE LIVRO).

Nota do Editor deste blog: Muito legal e criativa a campanha. Sem dúvida, vou aderir. O difícl vai ser escolher qual capa de livro será a minha "cara". Juntem-se e nós!

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Intercâmbio Brasil - Argentina (II)


Ainda no bairro portenho de Pallermo Viejo, em uma das maravilhosas livrarias dos arredores da Praça Cortázar, tive uma agradabilíssima tarde de domigo em companhia das ilustradoras argentinas María Wernicke e Eleonora Arroyos (ao fundo), que estão ladeadas por mim e por minha esposa (em primeiro plano). Ambas são talentosíssimas e mais que gentis. No Brasil, dentre outros, Maria publicou "Papai e eu, às vezes", que recebeu o selo de ALTAMENTE RECOMENDÁVEL - pela FNLIJ em 2011. Na oportunidade, conversamos sobre diferenças e proximidades da LIJ em nossos países. Elas me confessaram ser admiradoras da arte dos brasileiros, em especial dos gravados típicos da região nordeste (lito e xilogravuras ). Fiquei de lhes enviar alguns cordéis e livros sobre o assunto, bem como forneci contatos de colegas que se dedicam a estas técnicas. Eleonora, por sua vez, afirmou que se encanta com o Brasil desde há muitos anos, quando teve a oportunidade de conhecer o barroco mineiro, em visita a Ouro Preto e região. Sobre a mesa, um exemplar de "A visão do mundo de um cãozinho de estimação", um de meus livros infantis premiados pela Academia Pernambucana de Letras, o qual lhes presenteei.



Intercâmbio Brasil - Argentina (I)


Nesta última semana, tive a satisfação de conhecer a Feira de Livros Infantis de Buenos Aires, Argentina. Incrível! Vale a pena conhecê-la. Lá, além do contato com editores, conversei detidamente com criadores locais sobre o atual panorama da LIJ em nossos países e na América Latina, em geral. Na foto acima, estou ao lado da queridíssima Eleonoro Arroyos, uma maravilhosa (pessoa) e ilustradora argentina, em nosso encontro primeiro na Livraria El gato con bote, especializada em LIJ e localizada no bairro de Palermo Viejo, na qual havia uma bela exposição de suas ilustrações (que podem ser vistas ao fundo). Em outro post, darei mais detalhes deste e de outros encontros. Com crianças em Bs As? Recomendo uma visita a esta livraria.


sexta-feira, 20 de julho de 2012

Terminando as férias...


Prezados amigos e frequentadores deste blog,

É com satisfação que comunico que, como coordenador da Regional Pernambuco da AEILIJ, firmamos parceria com o Suplemento Correio Criança do Correio da Paraíba. Assim, a cada quinze dias, o público terá histórias minhas e de outros criadores associados à AEILIJ de todo o Brasil, bem como com entrevistas, ilustrações, resenhas e sugestões de livros. Outras ideias estão por vir... Sugestões são bem vindas.

Esta parceria reforça o compromisso das duas organizações em levar às crianças, em especial as paraibanas, literatura infantil da melhor qualidade, prezando pela qualidade literária e estética deste conteúdo, visando a formação de jovens leitores, para que, neste sentido, possam ampliar sua visão de mundo, da condição humana, contribuindo, também, para o desenvolvimento do senso crítico e da criatividade.

Para acessarem o conteúdo deste suplemento, basta clicar sobre o logo do Correio Criança (no alto, à esquerda desta página). Este projeto comum teve início na edição de n. 46. Boa leitura. Divirtam-se!

terça-feira, 10 de julho de 2012

Tonton no Correio Criança



Prezados amigos,

Tive o prazer de ser entrevistado para o suplemento Correio Criança, do Correio da Paraíba, de João Pessoa, minha terra natal. Foi legal recordar um pouco de minha infância naquelas terras, para onde sempre faço questão de voltar. Ficou muito legal a matéria (que saiu no último dia 8 de julho), mas há uma correção a fazer: eu não sou presidente de nada, sou apenas o coordenador regional da AEILIJ (Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil) em Pernambuco, onde resido há cerca de 20 anos.

Espero que gostem. Ah, a ilustração do conto "Pelas tardes de uma criança", é do ilustrador Braga Câmara, parceiro habitual nas andanças pela literatura infantil.

Abração a todos e tudo de muito, muito bom, Tonton.

domingo, 17 de junho de 2012

Confissões do Tiozão




Por Antonio Nunes Barbosa Filho

Há muitos dias que a rotina me absorvia as horas e o tempo necessário para as tarefas diárias parecia não caber no período compreendido entre o amanhecer e o despertar seguinte. Havia sempre mais e mais tarefas a me esperar. Queixei-me à minha esposa – que já percebera a situação – que um espaço especial de minha vida estava ficando vazio por aqueles dias: escrever, dar vazão à minha compreensão limitada de vida, por meio dos meus escritos, que ela, bem mais que eu, tanto aprecia. Tento reorganizar a vida, a agenda, os compromissos e me por à frente do computador, para fazer exatamente isto que estou a fazer. Tentar estabelecer a compreensão de vida que a existência me traz. Com o nascimento de minha filha, hoje com 20 meses, busquei reduzir a minha dependência do ato de ler e escrever, tão presentes em meu cotidiano, antes de sua chegada. Não queria perder, dentre tantas coisas imperdíveis, os mágicos momentos que este período da vida de um filho nos traz: as primeiras palavras, cada sorriso quando regresso ao lar e a evolução deste serzinho que vai aprendendo a se mostrar para mim, fazendo-me refletir mais e mais sobre o meu papel em sua vida, bem como para o mundo que ele vai encontrar ao abrir a porta de casa.

E o que isso tudo tem a ver com as confissões do Tiozão aqui? Não seriam confissões de um simples pai de primeira viagem? Não, é bem mais que isso...

Hoje à tarde, quando abri o computador para ver as notas de amigos em uma rede social – em geral animadoras –, me deparei com a triste notícia de que uma ex-aluna (com 20 e poucos anos) tirara a própria vida na madrugada de hoje. E não faz tanto tempo assim, aqui mesmo no prédio onde resido, um outro jovem também preferiu não enfrentar a vida e partiu.

Há algo de muito errado nisso e temos, todos nesta sociedade, o dever de tentar descobrir o caminho correto a trilhar. Há tanta vida para se viver e tantos sonhos para se dar vida!

Em meus quase 20 anos de professor universitário tenho buscado, além de ser meramente docente, escutar os reclamos dos alunos, seja quanto à carreira, seja quanto ao próprio viver. E nesta última condição, tenho ouvido relatos e tentado, em minhas muitas limitações, ajudá-los a compreender suas incompreensões e a tomar as decisões devidas. São vazios, ausências – que não busco preencher, posto que impossível fazê-lo – com os quais busco ajudá-los a conviver melhor, para que possam seguir adiante, se não mais confiantes, pelo menos com menores receios de trilhar os caminhos escolhidos. São viagens de intercâmbio ao exterior, padrastos e madrastas, meios-irmãos, irmãos pela metade, vícios, grana curta, medos, angústias, incertezas, inseguranças, cobranças, início de carreira, ambição desmesurada, (des) amor, um padrão de vida a ostentar, competição exacerbada, valores desprezados, traições, esquecimentos...

Por alguns momentos chego a me indagar se me cabe fazer este papel de pai postiço, de irmão mais velho, se não de conselheiro, pelo menos de bom ouvinte, de tiozão de tantos sobrinhos afetivos que já tive e de tantos outros que virão. E me cala a dúvida quando recebo notícias como a que recebi na tarde de hoje. Talvez se outros mais pudessem adotar, se não pela vida toda, pelo menos por algumas horas ou mesmo minutos, sobrinhos afetivos, a minha tarde de hoje não terminasse com um escrito assim, de desabafo e um tanto de dor, mas como um conto infantil, cheio de alegrias, de esperanças, bem do estilo que gosto de fazer.

Não saberia viver de outra forma, virando as costas para quem percebo necessitar de algum tempo meu, ainda que isto me custe algum tempo em família. Tem nada não, conto com um inabalável lastro, minha esposa, que me diz sempre: – Amo-te deste jeitinho! Esta certeza me faz seguir adiante, ouvindo, calando e tentando ajudar a quem de mim se aproxima pedindo, mesmo sem expressar, socorro, carinho, um mínimo de atenção. E encontrar o limite para tal não é fácil.

E quando recebo críticas, veladas ou não, de que busco me aproximar de meus alunos para ganhar-lhes a admiração, respondo em meu íntimo, que prefiro sê-lo enquanto pessoa, não pelo profissional ou qualquer outra dimensão de minha vida, porque é somente isso o que realmente importa. Pois como disse o coelho a Alice no País das Maravilhas: “Eterno é aquilo que dura um único segundo, mas com tamanha intensidade que se torna inesquecível!”, quem sabe se algum tiozão, primão ou amigão pudesse ter-lhes dado um de seus segundos precisos, talvez estivessem a criar coisas tão belas quanto a sensível “modista” que fora minha aluna em engenharia de produção costumava fazer. Essa juventude precisa dar asas à imaginação e não fechar-se, ainda que repletos em sorrisos, em tristeza e nos entristecer por acharmos que fizemos tão pouco, insuficiente diante do que poderíamos – e deveríamos – fazer.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

III CONCURSO CEPE DE LITERATURA INFANTIL E JUVENIL



ESTÃO ABERTAS AS INSCRIÇÕES
Premiação totaliza R$ 32 mil reais

A Companhia Editora de Pernambuco - Cepe abriu inscrições até 30 de agosto ao III Concurso Cepe de Literatura Infantil e Juvenil, que tem o objetivo de revelar novos escritores brasileiros e contribuir para a formação de leitores. Os candidatos concorrem a prêmios que totalizam R$ 32 mil: R$ 8 mil para o primeiro colocado de cada categoria, R$ 5 mil para o segundo e R$ 3 mil para o terceiro; e têm a chance de publicação da sua obra pela Cepe Editora.

No primeiro concurso, em 2010, foram inscritas 435 obras, das quais foram publicadas 12. No segundo, realizado no ano passado, foram 333 obras concorrentes, das quais foram selecionadas seis, que serão apresentadas ao público no próximo mês de julho: O mar de Fiote, da mineira Mariângela Haddad; Maria das vontades, da jornalista pernambucana Adriana Victor; e O hipopótamo que tinha ideias demais, da cearense Aline Bussons, todos destinados ao público Infantil. Na modalidade Juvenil, serão lançados O dia em que os gatos aprenderam a tocar jazz, do carioca Pedro Henrique Barros; A valente princesa Valéria, de João Paulo Vaz, também do Rio de Janeiro; e O decifrador de poemas, de Viviane Veiga Távora, de São Paulo.

O concurso é aberto a brasileiros e estrangeiros legalizados, residentes no território nacional, de qualquer idade. Os textos da modalidade Infantil são destinados a leitores de seis a 10 anos de idade e os da modalidade Juvenil são para adolescentes entre 11 e 16 anos. Os interessados poderão se inscrever nas duas modalidades de premiação. As obras serão analisadas por uma comissão julgadora composta de cinco membros, entre especialistas em literatura infantojuvenil e profissionais das áreas de educação e cultura. O regulamento do concurso está disponível no portal da Cepe: http://www.cepe.com.br/

terça-feira, 22 de maio de 2012

Conheçam os criadores da AEILIJ-PE n. 01



Com o intuito de divulgar o trabalho e os criadores de literatura infantil e juvenil associados da AEILIJ-PE junto à sociedade pernambucana, a nossa regional firmou parceria com a Revista Perto de Casa. O resultado desta ação conjunta, que esperamos seja duradoura, já pode ser vista na edição de n. 18 da Revista, que tem circulação gratuita pela Cidade do Recife. Neste número, além de um breve perfil do escritor Tonton, temos dois de seus textos com belas ilustrações de Braga Câmara. Na próxima edição, teremos o perfil e a arte da ilustradora Rosinha. E assim sucessivamente, sempre um escritor e um ilustrador. Esperamos que apreciem!



Parabéns à equipe editorial da Revista Perto de Casa pela bem cuidada edição. Que venham mais exitosos projetos comuns!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Os(as) Patrulhadoros(as) da Língua‏

Prezados leitores e frequentadores deste blog,

Compartilho o maravilhoso texto da colega Laura Bergallo sobre as recentes mudanças em nossa amada língua portuguesa, que nos estão sendo enfiadas goela abaixo, por decreto. Como ela bem afirma, neste caso, em defesa do vernáculo, também descumprirei a lei.

Cordiais abraços a todos, Antonio Nunes

Desde que me entendo por genta, aprendi que a letra “o” é condizenta com o sexo masculino, e que a letra “a” é correspondenta ao sexo feminino, isso nas vezes mais frequentas. Mas aprendi também que existem palavras que são pertencentas aos dois gêneros, sem que esteja evidenta aí nenhuma discriminação a qualquer dos dois (ou a qualquer dos três, dos quatro, dos cinco... sem preconceitos, ok?).


Mas, desde que passamos a ter uma representanta do sexo feminino na presidência, a coisa fico u muito diferenta. Agora temos uma presidenta! Os homens deveriam reclamar: afinal, antes falávamos “presidente”, e não “presidento” – o que, em tempos politicamente corretos, pode significar uma atitude bem inconvenienta, se vista sob a ótica masculina sabidamente deficienta, é bem verdade.

Enfim, nos tempos de escola, em que eu era uma boa estudanta, sempre presenta às aulas, os mestres e mestras continuavam a ensinar dessa maneira decadenta. Nada a ver! O certo, agora, é chamar de gerenta a moça que me atende no banco, de pacienta a velhinha com dores que procura o(a) médico(a), de adolescenta a garota que masca chicletes, de quenta a tarde em que faz 40o, de urgenta a correspondência que tem que chegar logo, e ainda ficar contenta por estar sendo tão obedienta à linguagem mais recenta!

Mas, e se o outro gênero se revoltar? Afinal, nós, mulheres conscientas, sabemos muito bem que esses caros são todos muito machistos (e às vezes bem egoístos)! E se eles começarem a ficar divergentos a essa revolução tão pertinenta na língua e se mostrarem resistentos, exigentos, prepotentos? E se, de forma totalmente independenta, resolverem fazer mudanças correspondentas? Um exemplo condizento: e se eles exigirem ser chamados de jornalistos competentos? Ou de artistos dissidentos, pianistos excelentos, alpinistos valentos, humoristos inteligentos? E, se ainda por cima, ficarem se fazendo de vítimos impotentos?

Já vi que nada disso é uma atitude prudenta, minhas colegas e meus colegos. Por isso, dep ois de ter o maior trabalhão pra escrever esse texto tão deprimento, sou obrigada a um ato anarquisto: não voltarei a ser coniventa com essa atitude tão incoerenta! Não vou mais escrever “presidenta”! (e esta foi a única vez, fiquem cientos(as)...)

(Laura Bergallo)

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Sobre trens e escritores


Atendendo a um pedido do amigo Marcus Prado, escrevi este pequeno texto sobre as relações e inspirações de um escritor propiciadas por um trem e temáticas correlatas. Espero que gostem. Abraços a todos, Tonton.


Estações, vagões, composições, bagagens, destinos... Tudo isto é matéria-prima para um escritor. Seja olhando a paisagem passar lá fora, ao sentar-se à janela, seja observando as pessoas à sua frente, nos corredores ou nos saguões. Imaginando motivações, expectativas, esperanças, saudades e desejos, lá vai o escritor buscando descortinar a vida destas pessoas, que, talvez, ele nunca mais encontrará ou que levará consigo, para todo o sempre, como personagens de uma viagem imaginária que transporá ao papel. E se multiplicarmos a quantidade de trajetos, de embarques e desembarques, pelo número de lugares e pelo tempo em que os trens circularam e circularão mundo afora, alcançaremos a incrível cifra de infinitas possibilidades de histórias de amores, tristeza, felicidade, aventuras e tantos sentimentos mais, em memoráveis narrativas que os trens presenciaram e escritores já contaram e ainda estão por contar.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Minha turma de almofadas


Minha mãe estava radiante e o meu pai todo orgulhoso. Afinal, haviam conquistado a tão sonhada casa própria. Ainda havia muitas prestações a pagar, é verdade, mas podíamos dizer, finalmente, que aquela era a “nossa casa”.

Bem que ela ficava no meio do nada. Não tínhamos vizinhos e sequer o ônibus chegava lá. O ponto final mais próximo ficava distante uns bons minutos de caminhada. E como eu era o filho mais novo, por alguns anos, não tive a companhia de amiguinhos na vizinhança com quem brincar, pois tenho apenas dois irmãos: um homem quase dez anos mais velho e uma irmã cuja diferença de idade para mim ultrapassa os dois anos. Não que eles não brincassem comigo, mas os seus interesses eram bem distintos dos meus, pelo que as oportunidades para as brincadeiras comuns eram muito raras. Mesmo para ela, naquela época, estes poucos anos a mais pareciam uma eternidade.

Entretanto, a minha rotina diária ao chegar do colégio – eu estudava pela manhã – resumia-se a tomar banho, almoçar, fazer os deveres escolares e, somente após isso, brincar. E muito!!!

Para suprir a ausência de outras crianças nas redondezas, tratei logo de inventar amigos. As muitas almofadas que a minha mãe fizera com todo zelo para a sala da casa nova foram ganhando nomes e personalidades. E olha que havia almofadas de todos os tipos e cores: quadriculadas, lisas, com ou sem botões, claras, escuras e até um almofadão que ficava em meu quarto e sobre o qual repousava o uniforme escolar ao regressar ao lar. Assim, surgiram: Flávio, Flavinho, André, Ana, Aninha, Loreta, Mônica, Joel e tantos outros mais.

Quando a cobertura das almofadas se estragava e era trocada, de imediato, criava uma história para justificar a nova situação: uma transferência para outro colégio, uma viagem para visitar parentes em outra cidade e, até mesmo, como acontecera comigo, uma nova moradia em outro bairro, muito, mas muito longínquo. Novas personagens sempre entravam em cena. Com aquelas almofadas, aprendi que pessoas vêm e se vão, que entram e saem de nossas vidas, naturalmente.

Perdi a conta de quantas partidas de futebol disputei, quantas aventuras memoráveis vivi ao lado de “minha turma de almofadas”, bem como de quantas leituras partilhamos. Habitualmente, colocava todas as almofadas em círculo e lia para elas. Os meus amiguinhos permaneciam respeitosamente em silêncio para ouvir atentamente cada palavra proferida. Eu me sentia um verdadeiro super-herói, com um poder mais do que especial e que jamais poderia ser retirado de mim. Eu sabia ler! Se bem me lembro, tudo começou em um dia chuvoso. E nunca mais deixei de repetir aquela maravilhosa experiência.

Pois é. Por vezes chovia, chovia forte e ficava impossível aproveitar o amplo quintal ou a garagem dos carros.

E aquela turma, os primeiros destinatários de minhas primeiras criações, tornou-se, tornaram-se companheiros inseparáveis e insuperáveis naquelas tardes e início de noites chuvosas, durante alguns anos. E a sensação se tornou tão gostosa que, muitas vezes, mesmo que um belíssimo sol brilhasse lá fora, preferi permanecer no interior da casa para partilhar com eles os livros que me chegavam às mãos e as histórias que criava, ainda que não as registrasse por escrito. Era um mundo de infinita magia e possibilidades. E do alto dos meus oito anos de idade, a vida não conhecia limites.

Creio que foi justamente ali que, sem que eu pudesse imaginar, nasci como escritor. E ainda hoje, quando rodeado de crianças, para ler as minhas ou histórias de outrem, invade-me a alma a prazerosa sensação de que retornei àqueles dias de minha infância e que recupero todo o significado de coisas boas que ela teve para mim. É, simplesmente, um mágico e indescritível momento. Algo que desejarei renovar por toda a minha vida, sempre.

Com aquela turma de almofadas aprendi ou compreendi duas condições fundamentais para ser escritor:

1) Lidar com a solidão, a reclusão criativa necessária para dar vida aos textos – embora sempre estejamos muito bem acompanhados de agradáveis destinatários imaginários e de personagens os mais diversos;

2) Lidar com o leitor abstrato – aquele não individualizado ou identificado – com quem imaginamos dialogar enquanto escrevemos, para ele e para todos os outros possíveis leitores de nossos escritos.

Então, se eu puder oferecer uma sugestão para vocês, que lêem agora este meu texto – se já não for o caso –, peço para experimentarem esta sensação de partilhar a leitura de um livro com crianças. É, sem dúvida, insuperável o efeito, sobre o nosso coração adulto, de perceber seus olhos brilhando, de encantamento, de comedida ansiedade e na expectativa de descobrirem o final da narrativa, até a próxima história.

E isso, faz um bem danado. Podem acreditar!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Dia da Poesia na Escola Encontro

Na manhã de hoje, tive a satisfação de bater um papo gostoso com a crianças da Escola Encontro sobre poesia (o dia da Poesia foi ontem, 14 de março). Neste colégio, onde minha filha estuda, há um projeto bem interessante de desenvolvimento de habilidades que inclui a formação do hábito da leitura e da redação criativa. Creio que muitos talentos poderão surgir daqui.

Após breves comentários a respeito do gênero poesia, já trabalhado em sala de aula, interpretei para os pequenos (da 1a a 5a série): "A banana", de Sônia Carneiro Leão; "Trem de ferro", de Manuel Bandeira; e "O menino jogando pião", do cordel Nossa Gente, de minha autoria.

Foi incrível! Eles também fizeram belas apresentações: alguns com suas próprias poesias, declamação em coletivo e representações de "Ou isso ou aquilo" e "A bailarina", de Cecília Meireles e, por fim, uma bela homenagem cantada às mulheres, já que neste mês se comemora o Dia Internacional da Mulher (8 de março), com os meninos cantando "Garota de Ipanema".

Dia desses terá mais... Ah, ao final de tudo, depois de responder-lhes algumas perguntas pessoais (de como me tornei escritor, sobre a inspiração etc.), ganhei um monte de abraços e "toque aqui". Quantos olhinhos brilhantes... Preenchi com um pouquinho mais de alegria o meu dia.

domingo, 11 de março de 2012

O que cabe na imaginação?


Na manhã do sábado (03 de março de 2012), estive na Escola Bem-me-quer discorrendo sobre "O que cabe na imaginação?", com crianças bem pequenas e seus familiares, além de professores e auxiliares da escola.
Partindo do poema que dá nome ao projeto (e que integra o livro "Contação - uma historinha para cada dedo da mão", recentemente premiado pela Academia Pernambucana de Letras na categoria literatura infantil), fizemos uma mágica viagem por belos e inusitados lugares.
Com a "caixinha de histórias" em mãos, todos os presentes - em especial as crianças - soltaram a imaginação e deram vida a muitas e muitas histórias. Assim, foi possível perceber que o poder da criação está, sem exceção, ao alcance de cada um. Basta exercitar. E a leitura, sem dúvida, é um excelente ponto de partida.
Como de hábito, respondi a algumas perguntas sobre como me tornei escritor e a respeito da minha trajetória de menino até os dias atuais. Foi super divertido e instrutivo. E como é legal ver olhinhos curiosos e tão atenciosos brilhando. Fica sempre um desejo de quero mais...
Um grande abraço a todos os que estavam presentes. Dia desses tem mais!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Confissões...


Com que satisfação se inicia a minha semana, em especial no aspecto literário. Acabo de chegar de João Pessoa, de uma gostosa e já saudosa visita aos meus pais. Sempre que possível temos com eles, para que possam acompanhar o crescimento da neta mais nova, minha florzinha, Ana Clara. De lá, trouxe na bagagem, além do revigorante aconchego da família, um presente maravilhoso para quem dedica significativa parte de seu cotidiano à literatura infantil e juvenil. Ganhei de meu pai um exemplar da "Crestomatia", da qual ele tanto falava e eu tanto ouvia, com o desejo de - um dia - tê-la em mãos. Finalmente, este dia chegou!

E, agorinha mesmo, quando acabo de chegar ao edifício onde resido, eis que o porteiro me entrega o envelope com um exemplar de "Confesso que li", organizado por Yó Limeira e pela querida Neide Medeiros Santos. Esta última, que me remeteu a preciosidade, em cartinha mui amável diz que este "... não é um livro infantil, mas os escritores paraibanos falam de suas leituras feitas na infância e adolescência, alguns de forma bem descontraída, outros mais formais. A poeticidade está presente em muitos textos... Espero que você goste."

Confesso que deixei tudo o mais de lado e o folheei, com avidez, pra cá e para acolá. Se irei gostar? Posso dizer que adorei o presente, o que já li e o que lerei nas páginas seguintes, pelo que posso me atrever a recomendar ou sugerir que projetos semelhantes ganhem corpo por todo o Brasil. Quem sabe mundo afora? Grandes descobertas virão. Podem estar certos disso, pois há o relato de 34 escritores de diversas gerações. Peço sua licença: há belas páginas a desvendar (e com ricas ilustrações de capas de livros, gibis e tanto mais do imaginário desses leitores/escritores).

Referência completa: LIMEIRA, Yó, SANTOS, Neide Medeiros (org.) Confesso que li. João Pessoa: Ideia, 2012. 221 p. il. (ISBN 9788575396599)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Atenção ilustradores!

Unopar promove prêmio nacional de ilustração

3ª Competitiva Nacional de Ilustração Literária distribuirá prêmios para artistas amadores do mercado editorial

Com o objetivo de revelar novos talentos em ilustração literária, a exemplo do que acontece com o Salão de Humor de Piracicaba, que já trouxe à tona a criatividade e o traço incomparável de mestres como Caruso e Laerte, entre outros, a Unopar promove a 3ª Competitiva Nacional de Ilustração Literária, com inscrições abertas até 27 de abril. O tema desta edição é TECNOLOGIA.

Para participar é necessário ser um artista amador de qualquer região do país. Serão selecionadas 50 ilustrações das quais 20 receberão Menção Honrosa e 3 receberão prêmios em dinheiro. As 50 selecionadas serão exibidas no 3º Salão Nacional de Ilustração Literária da Unopar, que abre no dia 22 de junho no Museu de Arte de Londrina. A premiação em dinheiro será de R$ 3 mil para o primeiro lugar, R$ 1 mil para o segundo colocado e R$ 500 para o terceiro lugar. Para mais informações e inscrições, acesse o site: http://www.unopar.br.

Serviço
3ª Competitiva Nacional de Ilustração Literária
Prazo: inscrições até 27 de abril de 2012
Informações: http://www.unopar.br.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Novo laço com a cidade de Olinda


Queridos amigos,

É com satisfação que comunico que, na tarde de hoje, em reunião realizada no Instituto Histórico e Geográfico de Olinda, fui eleito para a Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda (AALCO), no segmento de Letras, sendo o primeiro escritor oriundo da literatura infantil e juvenil a tomar assento nesta prestigiosa academia. Assim, um novo laço me une a esta bela cidade, que me traz as melhores recordações de minha terra natal (João Pessoa) e de minha infância e juventude lá passadas.

A solenidade de posse ocorrerá no próximo mês de abril, possivelmente, no secular Mosteiro de São Bento. Será um belo e inesquecível evento. Tenho a certeza de que farei de tudo ao meu alcance para honrar a tradição e o prestígio da casa, bem como pela LIJ e para a formação de jovens leitores na cidade de Olinda. Assim seja!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A arte de narrar - Literatura infantil e Juvenil


Iniciando as atividades do projeto "A arte de narrar", promovido pela Seccional Pernambuco da União Brasileira de Escritores (UBE/PE), no ano de 2012, no próximo sábado (11 de fevereiro), proferirei descontraída palestra, seguida de bate-papo com os presentes, sobre a narrativa para o público infantojuvenil. Suas origens, histórico, algumas curiosidades, o que me inspira a criar e o processo de criação para este público.

As sessões do projeto, coordenado pela escritora Hercy Souza e pelo Prof. Neilton Limeira, têm lugar na Livraria Jaqueira, sempre às 11 horas. Neste mesmo dia, também estará presente o escritor Marcelo Oliveira que, na ocasião, falará sobre a importância da Histórias em Quadrinhos para a formação do hábito de ler.

Chegaremos todos um pouco antes do horário marcado, para aproveitarmos um bom café e mais algum papo. Sintam-se mais que bem vindos e estejam à vontade para convidar outros interessados nas temáticas do evento.

Cordial abraço a todos e até lá, Tonton.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Caçador de liberdade


Por Antonio Nunes (Tonton)

Para o amigo Geraldo Pereira e, também, para o meu próprio pai: médicos e, acima de tudo, humanistas.

Dizem-me os amigos que ser avô me fez um bem danado: que estou com um brilho renovado no olhar e, outra vez, com palavras doces na ponta da língua. Não há como negar.

Perto do final do ano que passou, assistíamos, meu neto mais novo – de apenas seis anos – e eu, a um documentário sobre o trabalho dos entomologistas, que passava em um desses canais por assinatura – imaginem se um programa desses, considerados chatos pela maioria dos cidadãos brasileiros, iria passar na TV aberta.

Besouros, gafanhotos, libélulas e muitos outros insetos mais, cuidadosamente espetados em alfinetes e devidamente catalogados, chamaram-lhe a atenção. Tamanho fora o interesse despertado que me pediu como presente de natal uma rede para que pudesse caçar “aranhas asquerosas” e, assim, começar sua coleção. Dizia ele, enfaticamente, referindo-se às aranhas caranguejeiras com seus espessos e ouriçados pêlos, em posição de defesa.

Entretanto, quando eu tentava me referir a elas de igual modo, ele fazia questão de me corrigir: - É tarântula, vô. Tarântula!

Referir-se a elas daquele modo somente a ele era permitido. Como bom avô, não busquei encontrar explicação para aquela birra. Tem situações que sabemos que nem adianta insistir, não é verdade? O que ele não soube me explicar foi como e onde aprendera aquele adjetivo que ele usava com tanta frequência, quando mencionava as tarântulas: asquerosa, asquerosas. Fazia questão de frisar!

Como toda criança de sua idade que cria uma fixação por um assunto, ele não sossegou enquanto todos na família, em especial seus pais, lhe presenteassem com tudo o que dissesse respeito ao tema. Foi assim que ele ganhou um livro ilustrado sobre os insetos e uma coleção de miniaturas – sabe que algumas são réplicas gigantescas dos bichinhos? Pense nas formigas, nas abelhas e nas moscas, só para exemplificar! – em plástico (reciclado, claro, Made in Taiwan), que ele fazia questão de carregar em uma caixa de sapatos, para cima e para baixo, para todo lugar que fosse. Difícil foi dizer-lhe para não levar consigo estes brinquedos para a escola. Simplesmente ele não prestaria atenção em mais nada estando com aquela caixa em mãos.

Foi então que, num desses acontecimentos típicos da terceira idade, tive um pinçamento do nervo ciático, graças a um mau jeito nas costas conseguido ao atravessar uma avenida – numa corridinha básica – antes que o semáforo de pedestres fechasse e os carros partissem em disparada para cima dos transeuntes.

Resultado: sessões de fisioterapia por sés semanas e quase dois meses caminhando com muita dificuldade e sentindo dores ao sentar, sempre apoiado por uma bengala ancestral. Em realidade, o que mais senti foi não poder cumprir o anteriormente acordado e acompanhar o meu neto em suas “caçadas” pelo horto zoobotânico, conforme havíamos combinado.

Era impossível esconder a tristeza, o meu descontentamento com aquela situação Praticamente passava todo o dia preso a uma cadeira de balanço que me conferia um mínimo conforto. Ou pelo menos, reduzia o meu desconforto.

Foi quando, de modo inesperado, ele me surpreendeu. Trouxe-me às mãos algumas borboletas que havia acabado de caçar em companhia do pai. Disse-me para fazer com elas o que bem quisesse, pois estavam vivas, vivinhas. Bem que ele sabia que iria soltá-las, deixá-las livres, devolvendo-as à natureza, para vê-las partir... Não sabia eu que aquela sensação me conferiria tamanho prazer. Mas ele notara e repetiu o gesto por dois finais de semana seguidos. E juntos, do quintal de minha casa, contemplamos aqueles minúsculos seres ganharem os céus e desaparecerem na amplidão da grande cidade. Sorrisos invadiram os nossos rostos. Abraçamos-nos.

Antes de adentrarmos em direção à cozinha, para um gostoso lanche preparado com todo carinho pela vovó, perguntei-lhe:

- E então, desistiu de caçar tarântulas asquerosas?

- Mas claro, vô! – retrucou.

- É muito melhor ser caçador de liberdade! – completou.

Não foi preciso dizer mais nada, pois tinha toda razão. E eu tive a certeza de que ele levaria consigo aquela decisão por toda a vida.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Uma historinha para cada dedo da mão


Prezados amigos,

Tenho a imensa satisfação de comunicar-lhes que o meu livro "Contação - uma historinha para cada dedo da mão" acaba de ser premiado com a Menção Honrosa no certame 2011 do Prêmio Elita Ferreira de Literatura Infantil, outorgado pela Academia Pernambucana de Letras (APL).

O livro é composto de 5 narrativas em suaves rimas para o público infantil. A entrega dos certificados, desta e das demais categorias, ocorrerá em solenidade na sede da APL (Avenida Rui Barbosa, 1596 - Graças), no próximo dia 26 de janeiro, quando a entidade comemorará 110 anos de existência.

Além deste, tive também premiados em certames anteriores: O aprendiz de Don Juan (em 2008) e A visão do mundo de um cãozinho de estimação (em 2009).

Cordial abraço a todos, Tonton.